Produzido por: Baghira & Mr Break
Letra: Valete
1ª Voz: Tamin
2ª Voz: Nuno Lopes
3ª Voz: Emmy Curl
4ª Voz: Praga
5ª Voz: Loromance
Voz Adicional: Rodrigo Cardoso e Dino D’Santiago
Gravado por: X-Acto nos Estúdios BigBit
Misturado por: Here’s Johnny
Masterizado por: Chris Athens ( Sterling Sounds)
Realização: 93 Studios
Produção: 93 Studios
Direcção de Arte: 93 Studios
Direcção de Fotografia: 93 Studios
Edição: 93 Studios
Grading: 93 Studios
“11 de agosto de 1973, hoje é o dia da coragem
A vitória está perto irmãos! Acreditem!
Vamos ouvir outro tema depois do intervalo! Até já!”
Estou?
Estou sim, Sr. Mário, eu peço desculpa
É aqui da receção, está aqui uma rapariga chamada Floribela
Ela diz que é sua fã, diz que o quer conhecer
Quer uns autógrafos também
Podes mandar subir
É, pronto. Então eu vou mandar subir
Obrigado, Sr. Mário
De nada
Olhe, pode subir. É o quarto 115, no 1º andar
Obrigada
Ele diz, podes entrar Floribela
Ela passa por ele e ele olha po’ booty dela
Rabo diferenciado, parece que foi ampliado
Arrepiado ele fez cara de quem quer dar uma mordidela
O andar dela já o ’tá a desgraçar
Ela olha pa ‘trás e ele tenta disfarçar
Ficou sem jeito sentiu que foi apanhado e
Como um suspeito, larga um sorriso acanhado e
Fala do céu cinzento e do tempo chuvoso
Pa’ ver se alivia o momento embaraçoso
Ela fala do vento, diálogo infrutuoso
Diz que amanhã o tempo será mais impiedoso
Não se importa de estar na conversa merdosa, mantém a nota
Mas nota-se muito que está bem nervosa
Não contava em baquiar, fraquejar
Não diz uma frase sem gaguejar
Põe uma mão na almofada e começa a espremer
E fecha a outra mão pra’ ver se deixa de tremer
Aceleração cardíaca sufocante
Transpiração respiração ofegante
Então estás nervosa?
Sim, estou um bocadinho nervosa
Fica à vontade, eu sou da paz, fica à vontade
Queres beber um copo de água ou algo assim?
Sim, pode ser um pouco de água, por favor
Ok… Toma, segura
Obrigada
Inquieta com uma mão na mala a outra no cabelo
Ela fala mas não consegue olhar nos olhos dele
Diz que a irmã Lúcia também acha que ele é o maior
Mas ela é a única que sabe todas as músicas de cor
Diz que até cantava mas não quer ser atrevida
Diz que canta tão mal que tem medo de ser agredida
Mas diz que a mãe gosta e até fica aturdida
Ela diz que canta todas, ele diz que não acredita
Pede-lhe pa’ cantar pa’ ver se desaparece a descrença
Ela diz que dispensa fazer figuras porque ’tá muito tensa
Diz que seria uma ofensa seria um momento triste
Ele sente o acanhamento dela mas ri-se e insiste
Anda lá, Coragem!
Ok, vou cantar mas só um bocadinho!
Força
“Nesta Selva, Coragem
P’ra seres, tu mesmo, nesta selva”
Desfilou uma voz rouca com um timbre esbelto
Ele ficou louco, quieto, boquiaberto
Diz: “A tua performance merece champanhe
Nunca pensei que cantasses tão bem”
Não és como as rainhas da cocada, tens a voz dourada
Mereces ser honorada, ela ficou logo corada
Se ela lançasse um disco todos ficavam reduzidos
Abafaria todos, seria um genocídio
Canta com mestria, ele nunca teria deduzido
Melodia na voz dela, deixou-o mais seduzido
Canta a donzela e a língua dele congela
Ele já só pensa em enrolar-se com ela
Tantos atributos deixaram-no abalado
Embalado só pensa em dominá-la e possuí-la
Ele fica quase um minuto calado